domingo, 8 de abril de 2012

that's the problem II


Finalmente descobri o problema. Eu penso demasiado nas coisas e o que acontece é que acabo por criar problemas que nem sequer existiam antes. Porque é que eu tento perceber coisas que não têm nada para se perceber? Porque é que na minha cabeça já matei muitas pessoas, nos muitos filmes que crio, de situações que acabam por nunca acontecer? Porque esta fértil imaginação, só quer que enquanto estou a imaginar esses filmes, seja um pouco mais feliz, mais feliz ao imaginar o quão feliz eu seria se tudo o que imagino fosse real. Custa acordar dessa imaginação, cair no mundo real. Mas eu volto a imaginar tudo de novo para me sentir um pouco melhor. Todas as noites, antes de adormecer, imagino sempre a mesma história, com caminhos um pouco diferentes. Tudo para que adormeça feliz ao imaginar o quão bom seria se fosse mais feliz.
Porque é que eu não me consigo abstrair de pensar no motivo das coisas? Porque é que só me surgem perguntas na minha cabeça quando eu procuro respostas? Era tudo mais fácil se não pensasse tanto. Seria mais feliz? Tenho a sensação que nunca vou descobrir.
Está tudo dentro da minha cabeça. Faz parte da minha personalidade complicar o descomplicado.
Ás vezes gostava de ser outra pessoa, gostava de ser difente por dentro, mas depois lembro-me de tudo bom que tenho, as poucas pessoas que realmente me amam que gostam de mim assim, então penso que gostava de me lembrar mais vezes da parte boa da vida que tenho. Essa parte positiva acabou de segurar e não deixar que a chata da lágrima caísse mais uma vez pelo meu rosto, morrendo nos meus lábios. Quantas já caíram? Quantas mais irão cair? Serão sempre de tristeza? Voltam as perguntas, as incertezas, as duvidas que me tiram o sono tantas noites, voltam as lagrimas, volta a revolta de ser sempre assim, volta o coração apertado, volta a falta de respiração, pára tudo, cai uma lágrima, depois duas de uma vez e param. Como é que eu saio disto? Parece que gosto de estar assim. Quero sair deste mundo de inseguranças, preciso de garantias, preciso que me digam o que é que eu tenho de bom, porque eu não-o sei. Preciso que mostrem que gostam de mim para que eu me sinta melhor, quando eu é que deveria ser a primeira pessoa a gostar de mim. Porque é que esta dor não é fisica e se trata com uns antibióticos? Apesar de não ser fisica é bem real.
São 2:30h da manha, e o sono já se foi à algum tempo.
Porque é que cada passo que eu dou, me parece que me estou a perder cada vez mais neste labirinto?Será que este labirinto tem saída? Estou farta de estar sozinha no meio de tanta gente! Farta do meu sorriso vazio, farta  desta máscara. Esta fase de revolta acaba por passar quando me mentalizo que é assim porque simplesmente é. Não tem outra maneira de ser.
Odeio ver pessoas felizes. Faz-me sentir mal por não conseguir ser. Tenho inveja delas admito! Sei perfeitamente que há pessoas em situações bem piores que a minha, que isto não é o fim  do mundo, não é o meu fim, mas só queria passar esta fase à frente e ver-me erguida e cada vez mais forte, feliz dentro dos possiveis. São coisas que tu que estás a ler nunca vais perceber. Por mais que digas que estás na mesma situação de merda que eu, não estás. Cada um está de uma determinada maneira inigualável, e nem eu ontem estava como estou hoje, nunca vou estar.
 Podes ser do tipo de pessoa que acha isto uma grande futilidade e que sou fraca e uma triste. Podes ser do tipo de pessoa que quase que sente que foi ela que escreveu isto e não eu. O facto de me julgares não me diz nada. Porque se me importasse nem publicava isto. Podes ser do tipo de pessoa que pensa que estou a fazer isto para chamar a atenção. Podes ser do tipo de pessoa que entende isto como um pedido de ajuda meu. Mas eu serei sempre do tipo de pessoa que desabafa através das palavras, através dos textos, através de publicações.


Carla Dias.

Sem comentários:

Enviar um comentário