domingo, 20 de novembro de 2011

Ele I


30-01-2011
Não sei se aguento mais isto, esta situação, este aperto bem no meu peito.
É tão dificil de descrever, tão bruto para ser vivido, tão degradante para ser contado.
É como se tivesse perdido o respeito por mim, eu, a quem dizia ser a coisa mais importante, essencial, a sua felicidade, a sua alegria, a sua razão de viver.
Este aperto mata-me. Aos poucos, mas mata-me duma maneira tão fria, tão longa e solitária, é como se estivesse cada vez mais a gelar o meu coração, a minha vontade de viver, a minha alegria.
A minha alegria tem me abandonado tão lenta e silenciosamente, que nem eu sei justificar o seu abandono.
Não vejo motivos para sorrir onde antes sempre vi motivos para rir e espalhar alegria por todo o lado.
Ser contagiosamente feliz e alegre seria uma das minhas melhores qualidades. E agora? O que é que me resta? Honestamente, não pode haver resposta uma vez que nem eu própria sei.
E agora quem eu queria ouvir raramente me fala, com quem eu queria falar raramente me ouve.
Não sei o que fazer, estou completamente perdida, caída, desolada, sem forças para me erguer perante o mundo, sem vontade de encontrar o meu caminho, a minha "casa" pois sinto que não estou em casa, na minha própria casa.
Queria seguir em frente, de cabeça erguida e possivelmente com uma lágrima no canto do olho, mas nem isso consigo.
"Nossa maior glória não é nunca haver caído, e sim ter levantado depois de cada queda." duvido muito que consiga levantar-me sozinha depois desta grande queda, nem com ajuda de alguém, não consigo pedir ajuda.
Fui tão feliz. Esse é o unico motivo que me rasga um sorriso nos lábios com uma lágrima á mistura, relembrar que fui feliz, tão feliz. Tive coragem e fiz coisas inacreditáveis por amor, por acreditar que desta vez, podia valer mesmo a pena apostar.
Começo a arrepender-me.
Sinto-me tão vazia.
Nunca pensei chegar onde cheguei, viver o que vivi e sentir o que hoje sinto.
A vida tem destas coisas. São altos e baixos.
E quando se pensa que nunca nos acontecerá a nós pois estamos demaisado confiantes e não deixamos ninguém perturbar o nosso mundo, é aí, exactamente aí, que as nossas defesas baixam, deixamos entrar, fazer parte do nosso mundo, do nosso conto de fadas.
E está feito. É aí que tudo nos acontece a nós. 
Eu que nunca acreditei muito bem no que nos podem fazer sentir, sei perfeitamente o que é passar de 80 para8, por experiencia própria.

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